O trabalho é um direito universal de todos, para garantir a sobrevivência e a dignidade. O artigo 23.1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) deixa claro que: “Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego”.
Trabalhar pode ser uma experiência enriquecedora, mas também pode causar muito sofrimento. Se você se sente infeliz quando vai para o trabalho e fica estressado só de pensar na segunda-feira de manhã, procure pensar em motivos para esse sentimento. Contar cada minuto para ir embora, conferindo o relógio a cada cinco minutos, não é um sinal de satisfação profissional.
Importante
É preciso analisar se você se sente assim em relação apenas ao emprego e empresa ou ao seu trabalho como um todo. A segunda opção indica uma crise mais profunda, de profissão, e talvez seja hora de explorar novas opções em seu campo de atuação.
Uma das principais causas de afastamento do trabalho atualmente é a insatisfação com o trabalho. Essa insatisfação pode ser devido:
- Relacionamento difícil com supervisores e colegas de trabalho
- Falta de perspectiva com o trabalho e com a carreira
- Falta de reconhecimento
- Distrações que ocorrem dentro do ambiente de trabalho
- Falta de treinamento adequado para a função
- Nenhuma participação na escolha de tarefas
- Queda na produtividade
- Dificuldades no percurso de ida e volta do trabalho causando cansaço constante
- Dificuldade de concentração
- Situações estressantes no ambiente de trabalho
A insatisfação com o trabalho contribui para a baixa autoestima, perda de interesse, irritabilidade, perda de energia vital, mau humor e comportamentos nocivos à saúde, que podem culminar em exaustão física, mental e aparecimento de doenças.
O que fazer quando se está insatisfeito no trabalho?
O primeiro passo importante para lidar com a insatisfação no trabalho é fazer uma autoavaliação honesta. Importante identificar os aspectos específicos que estão causando essa insatisfação. Questionar sobre expectativas, habilidades, interesses e valores, comparando-os com a realidade do trabalho atual. Importante também fazer uma análise geral do ambiente de trabalho, dos relacionamentos e das demandas, para identificar se suas competências e habilidades estão de acordo com o cargo.
Após a identificação do motivo principal da insatisfação, o segundo passo é focar na solução.
Algumas estratégias para lidar com a situação podem incluir:
- Encontrar soluções para resolver o que está incomodando
- Conversar com supervisores sobre a situação
- Buscar mudanças positivas.
- Definir metas
- Aumentar o autocuidado em saúde
- Cuidar do bem-estar emocional no ambiente de trabalho
- Focar no controle de suas emoções evitando que o ambiente controle você
- Solicitar mudança de local de trabalho
- Observar outras áreas de sua vida. O que muitos não sabem é que, às vezes, algo errado em qualquer outro aspecto da sua vida pode interferir no trabalho.
- Converse com os colegas de equipe e com o líder sobre o que está sentindo.
- Buscar inspiração no que faz você feliz
De modo geral, há uma tendência em se considerar o estresse ocupacional como um processo estressores-respostas, já que este consiste no enfoque mais completo e engloba aquele baseado nos estressores e o baseado nas respostas. Apesar das peculiaridades de cada tipo de definição e de modelos existentes para explicar o estresse ocupacional, tem-se constatado um consenso entre os estudiosos da área de que as percepções dos indivíduos são mediadoras do impacto do ambiente de trabalho sobre o indivíduo. Ou seja, para algo no trabalho ser um estressor, ele precisa ser percebido como um agente causador de stress pelo trabalhador.
O estresse ocupacional pode ser definido assim:
Percepção de demandas de trabalho estressoras + pouca ou nenhuma habilidade de enfrentamento + reações negativas = aparecimento de doenças e necessidade de afastamento do trabalho.
Leia no próximo post o que fazer quando todas as possibilidades foram esgotadas e o trabalhador apresenta diagnóstico de doenças.
Revisão técnica Dra Cléo de Siqueira Etges, Médica do Trabalho.