Automedicação é o ato de ingerir medicamentos para aliviar sintomas, sem orientação médica.
Por que as pessoas se automedicam?
As razões pelas quais as pessoas se automedicam são inúmeras. Conheça abaixo alguns dos motivos que facilitam a automedicação:
- propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos contrastando com poucas campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação.
- dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica.
- sofrimento e a angústia desencadeados por sintomas ou pela possibilidade de adquirir ou agravar uma doença.
- informações sobre medicamentos obtidos com outras pessoas que fizeram uso da medicação, na internet ou em outros meios de comunicação.
- falta de regulamentação e fiscalização na venda de medicamentos.
- a falta de programas educativos sobre os efeitos muitas vezes irreparáveis da automedicação.
Perigos da automedicação

O uso inadequado de um medicamento pode ocasionar:
- o agravamento de uma doença
- esconder ou mascarar determinados sintomas
- provocar reações alérgicas, dependência e até mesmo a morte
- a combinação de vários medicamentos de forma inadequada, pode anular ou potencializar o efeito de um medicamento
- uso de medicamentos de tarja vermelha ou tarja preta sem orientação médica causando dependência.
- uso frequente de antiinflamatórios, antibióticos e analgésicos cansando resistência ao medicamento e outros sintomas e doenças.
Como evitar os perigos da automedicação?
– A forma mais eficaz de evitar os perigos da automedicação é sempre fazer o uso de medicamentos com orientação ou recomendação médica.
– É importante ao receber a prescrição de um medicamento, seguir sempre a dosagem e os horários da prescrição.
– Ler a bula dos medicamentos é importante para conhecer os efeitos colaterais.
– No caso do uso de antibióticos, procurar se informar sobre a resistência bacteriana e as super bactérias que são produzidas por uso excessivo ou mal utilizado de antibióticos, e são bactérias resistentes à vários antibióticos não respondendo à nenhuma opção de tratamento.
Alguns exemplos de uso irracional de medicamentos incluem:
- uso de muitos medicamentos simultaneamente pelo paciente, também conhecido como polifarmácia.
- uso incorreto de antibióticos, muitas vezes em dosagem inadequada ou para tratar infecções não bacterianas.
- excesso de uso de injeções, quando formulações orais seriam mais apropriadas.
- falta de prescrição de acordo com as diretrizes clínicas baseadas em evidências científicas.
- não adesão aos regimes de dosagem prescritos.
- automedicação inapropriada.
Conclusão
O problema da automedicação é mundial, antigo e de grandes proporções. Pode ser considerada uma forma de não adesão às orientações médicas e de saúde.
Porém há meios de diminuir o problema com programas de orientação e esclarecimento para profissionais de saúde, farmacêuticos, balconistas de farmácias e população em geral sobre os perigos e efeitos colaterais do uso de medicamentos de forma inadequada, sem orientação e por tempo prolongado ou insuficiente.
Muitos problemas de saúde podem ser evitados com o uso consciente e orientado dos medicamentos. Lembre-se sempre “A diferença entre veneno e remédio está na dose”.
Eventos adversos a medicamentos deverão ser notificados pelo VigiMed, por meio do link:
https://primaryreporting.who-umc.org/Reporting/Reporter?OrganizationID=BR
Fonte:
https://doi.org/10.1590/S0104-42302001000400001
Ministério da Saúde. Uso Racional de Medicamentos. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sectics/daf/uso-racional-de-medicamentos
WHO. Promoting rational use of medicines. Disponível em: https://www.who.int/activities/promoting-rational-use-of-medicines
Revisão médica Dra Cléo de Siqueira Etges, Medicina do Trabalho com abordagem da Medicina Integrativa.