Apesar de todos os órgãos terem funções importantes, existem cinco que exercem um papel vital.
São eles: Cérebro, coração, rins, fígado e pulmões.
Localizado na parte superior direita do abdômen, abaixo do diafragma e acima do estômago, rim direito e intestinos, o fígado tem múltiplas funções, entre elas, destacam-se:
- Metabolismo da glicose
- Metabolismo proteico
- Armazenamento de vitamina e minerais
- Metabolismo de medicamentos
- Eliminação de toxinas
- Produção de proteínas, fatores de coagulação, triglicerídeos, colesterol e bile
- Regulação da coagulação sanguínea
O fígado tem uma grande capacidade de regeneração, após um ferimento ou outro dano, todas as suas células mudam e se dividem até que o tamanho normal do órgão seja restaurado.
Saiba mais sobre o fígado
Sinais e sintomas de problemas no fígado são:
- dor abdominal do lado direito
- abdome distendido
- cor amarelada na pele e nos olhos,
- urina amarela com cheiro forte ou escura,
- enjoos ou tonturas com muita frequência,
- cansaço sem razão aparente,
- surgimento de hematomas após pancadas leves,
- falta de apetite,
- fezes de cor amarelada, esbranquiçada ou cinzenta.
Principais doenças do fígado
A maioria das doenças hepática apresenta sintomas semelhantes, a diferença entre eles costuma ser a gravidade e a velocidade com que deterioram o fígado.
As principais doenças que acometem o fígado incluem:
- Cirrose hepática: doença crônica caracterizada pela substituição do tecido hepático normal pela fibrose difusa, a qual rompe a estrutura e a função do fígado.
- Hepatite viral: infecção viral sistêmica, em que a necrose e a inflamação das células hepáticas produzem um grupo peculiar de alterações clínicas, bioquímicas e celulares. Existem cinco tipos definidos de hepatite viral identificados até o momento: hepatites A, B, C, D e E.
- Icterícia: concentração aumentada de bilirrubina no sangue. O fígado é o principal orgão responsável por processar e eliminar a bilirrubina, qualquer condição que prejudique a função hepática pode levar ao acúmulo de bilirrubina.
- Hipertensão portal e ascite: alterações circulatórias dentro do fígado comprometido, produzindo hemorragias gastrointestinais graves e acentuadas retenção de sódio e líquido.
- Deficiências nutricionais, como resultado da incapacidade das células hepáticas lesionadas de metabolizar determinadas vitaminas responsáveis pelo comprometimento funcional dos sistemas nervosos central e periférico e pelas tendências anormais para o sangramento.
- Encefalopatia hepática: acúmulo de amônia no soro devido ao metabolismo proteico comprometido pelo fígado lesionado.
- Esteatose hepática: é uma doença que ocorre quando as células do fígado se infiltram de gordura. É uma condição comum, especialmente em países industrializados, e pode manifestar-se desde a infância.
- Câncer de fígado: O câncer de fígado, também conhecido como carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma, é um tumor que se desenvolve quando as células do fígado sofrem alterações no DNA, o que faz com que elas cresçam desordenadamente. Pode ser primário (que começa no próprio órgão) e secundário ou metastático (tem origem em outro órgão e, com a evolução da doença, atinge também o fígado). O tipo secundário pode ser decorrente de um tumor maligno no intestino grosso ou no reto.
Como cuidar bem do fígado
Para manter o funcionamento correto do fígado, evitando danos irreversíveis para a sua função, é imprescindível:
- Ter uma dieta saudável – alimentos positivos para o fígado: suco de beterraba, alcachofra, salmão, brócolis, uva roxa, aveia, azeite de oliva extra virgem, castanha-do-pará, abacate, laranja, chá-verde, abacaxi, batata-doce, cebola, espinafre e limão. Evite alimentos industrializados, fast food, excesso de agrotóxicos e toxinas nos alimentos.
- Evitar bebidas alcoólicas – Após ingestão do álcool, uma pequena parte é absorvido pela língua e mucosa bucal, depois outra parte é absorvida no estômago. Mas o maior volume de absorção ocorre no intestino. Essa absorção significa que o álcool caiu direto na circulação sanguínea, passando imediatamente pelo fígado, onde sofre ação das enzimas aldeídodesidrogenase (ADH), que o transforma em acetaldeído, enzima extremamente tóxica. O acetaldeído sofre ação de outras enzimas até ser depurado no organismo. Esse trabalho acaba sobrecarregando o fígado e, quanto maior a ingestão de álcool, mais esse órgão é deteriorado pela agressão aguda e crônica das células hepáticas.
- Praticar atividades físicas – para manter o peso ideal e evitar complicações como diabetes, colesterol alto e obesidade.
- Não tomar medicamentos em excesso e sem orientação médica – alguns medicamentos podem alterar o funcionamento do fígado e causar lesões. Os principais causadores da hepatite medicamentosa são os antibióticos, anti-inflamatórios, anticonvulsionantes e esteróides anabolizantes. Alguns medicamentos, como o antiinflamatório Nimesulida, por exemplo, têm maior capacidade de causar irritações no fígado, o que pode resultar em hepatite aguda ou fulminante.
- Evitar ingerir alimentos gordurosos em excesso – a ingestão constante de gorduras saturadas, faz com que o corpo transforme o carboidrato em excesso de triglicerídeos no fígado, influenciando no desenvolvimento da esteatose hepática (gordura no fígado).
- Evitar comer à noite antes de dormir – o ideal é um jantar mais leve antes das sete da noite. Comer tarde pode inibir a degradação da gordura no organismo, que é um processo natural durante a noite. A ciência já comprovou que o papel do sono impacta na saúde de maneira global. Mas, falando especificamente do fígado, não respeitar as horas de descanso ou ter problemas para dormir pode atrapalhar o desempenho da insulina, o que indiretamente contribui para a degeneração do fígado.
Exames que identificam problemas no fígado
Um check up completo para detectar possíveis enfermidades no fígado pode incluir os seguintes exames:
- Hemograma – pode indicar infecções ou inflamações no fígado ao indicar alterações na contagem de glóbulos brancos.
- Hepatograma – também conhecido como perfil hepático ou provas de função hepática, é um conjunto de exames de sangue que avalia a saúde do fígado e das vias biliares.
O hepatograma dosa substâncias como:
- AST (aspartato aminotransferase) e ALT (alanina aminotransferase)
- Fosfatase alcalina
- GGT ou Gama GT (gama glutamil transpeptidase)
- Bilirrubinas (direta, indireta e total)
- TAP (tempo de protrombina ativa) ou TP (tempo de protrombina)
- Albumina
- LDH (lactato desidrogenase)
- Exame de coagulação do sangue – exames de coagulação do sangue podem ser usados para detectar problemas no fígado, pois o fígado é responsável por produzir proteínas que coagulam o sangue. como o TAP e o TTPA, que avaliam o tempo que o sangue leva para formar um coágulo. Problemas de coagulação, pode ser um sinal de falha no fígado.
- Exame de hepatite viral – exames de sangue são úteis para identificar o tipo de vírus causador da hepatite. A sorologia pode detectar e diferenciar as hepatites A, B, C, D ou E. Exames de imagem como Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética colaboram de forma significativa para o diagnóstico preciso das diversas formas de hepatites. A avaliação complementar com exames laboratoriais e de imagem ajudam a avaliar o grau de comprometimento hepático e a evolução para complicações como a cirrose.
- Exame de ureia– o exame de ureia analisa a quantidade de ureia no sangue, que é uma substância produzida pelo fígado a partir do metabolismo das proteínas. Quando há problemas no fígado ou nos rins, a quantidade de ureia no sangue pode aumentar, tornando-se tóxica para o organismo.
- Transaminases. – Os exames de TGO (transaminase glutâmico-oxalacética) e TGP (transaminase glutâmico-pirúvica) medem a atividade dessas enzimas do fígado e permitem suspeitar de doenças, como cirrose e hepatite.
Os exames de imagem que podem ser usados para avaliar o fígado são:
- Ultrassonografia abdominal – o exame inicial mais comum, que usa ondas sonoras para mostrar a estrutura do fígado e detectar alterações como gordura, cálculos biliares, lesões focais e hepatomegalia.
- Elastografia hepática – exame não invasivo e indolor que avalia a rigidez do fígado, ajudando a identificar fibrose hepática e gordura.
- Tomografia computadorizada – exame seguro que oferece imagens detalhadas e pode quantificar a gordura no fígado.
- Ressonância magnética – exame que oferece imagens detalhadas e pode quantificar a gordura no fígado.
Outros exames que podem ser usados para avaliar o fígado são: Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), Colangiografia percutânea trans-hepática, Colangiografia intraoperatória, Cintilografia, Radiografias simples.
Revisão médica: Dra Cléo de Siqueira Etges, Medicina Integrativa
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/snt/doacao-de-orgaos/transplante-orgaos/figado