A doença de Parkinson é uma doença neurológica que causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular e desequilíbrio. É a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo.
Brasil pode ter mais de 1 milhão de pessoas com Parkinson em 2060, aponta estudo
Segundo The Lancet Regional Health – Americas, um estudo inédito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)
Causas | |
Genéticas | Mutações genéticas podem levar ao desenvolvimento da doença |
Ambientais | Exposição a pesticidas, metais pesados, herbicidas, solventes, e outros produtos químicos tóxicos |
Idade | O risco de desenvolver Parkinson aumenta com o envelhecimento |
Sexo | Homens têm cerca de 50% mais chances de desenvolver Parkinson do que mulheres |
Hereditariedade | Ter um familiar de primeiro grau com Parkinson pode aumentar as chances de desenvolver a doença |
Sintomas
Os principais sintomas que começam com a doença de Parkinson é a lentidão dos movimentos, movimentos lentos, rigidez muscular e o clássico tremor, que as pessoas associam ao Parkinson, mas nem todo Parkinson treme.
- Tremor de repouso, ou seja, tremor quando os músculos estão relaxados
- Bradicinesia, ou seja, lentidão dos movimentos voluntários
- Rigidez muscular, ou seja, aumento do tônus muscular
- Instabilidade postural, ou seja, dificuldade de manter o equilíbrio
- Acinesia
- Micrografia
- Expressões como máscara
- Alterações na marcha
- Postura encurvada para a frente
Diagnostico
O diagnóstico é clínico e envolve:
- Entrevista com o paciente sobre os sintomas
- Exame físico
- Testes de resposta a medicamentos que aumentam os níveis de dopamina no cérebro
- Imagens do cérebro, como MRI e CT scans
- Exames de sangue
Prevenção
Para prevenir o desenvolvimento da doença, pode-se:
Manter um peso adequado,
Ter uma alimentação saudável e mais orgânica,
Dormir pelo menos oito horas por noite,
Evitar o tabagismo e o sedentarismo.
Tratamento e qualidade de vida
A doença de Parkinson é uma doença crônica e progressiva, que pode durar de 10 a 25 anos após o diagnóstico. A expectativa de vida depende da idade do diagnóstico e da progressão da doença.
– Medicamentos e técnicas de reabilitação podem controlar os sintomas e retardar a progressão da doença
– Com o tratamento adequado, é possível ter uma boa qualidade de vida
– Expectativa de vida tem melhorado ao longo dos anos
Principais formas de tratamento
1. Medicação
Os medicamentos para a doença de Parkinson incluem levodopa, inibidores da MAO-B, agonistas da dopamina, amantadina, entre outros. A escolha do medicamento depende dos sintomas, idade e outros problemas de saúde.
Levodopa
- O principal tratamento para a doença de Parkinson
- É convertida em dopamina no cérebro, ajudando a aliviar os sintomas motores
- É combinada com a carbidopa para aumentar a eficácia e reduzir efeitos colaterais
- As marcas da combinação levodopa-carbidopa incluem Sinemet®, Rytary®, Parcopa®, Dhivy®
Agonistas da dopamina
Ativam diretamente os receptores de dopamina no cérebro
- Exemplos: pramipexol, ropinirol, rotigotina
Inibidores da MAO-B
- Bloqueiam a ação da enzima monoamina oxidase B (MAO-B), que degrada a dopamina
- Exemplos: selegilina, rasagilina
Amantadina
Também é a melhor opção ao tentar diminuir discinesias relacionadas ao pico das doses
Outros medicamentos Biperideno, Entacapona, Triexifenidil, Bromocriptina, Clozapina.
2. Terapias físicas e ocupacionais
As terapias físicas e comportamentais para Parkinson podem ajudar a melhorar a mobilidade, a qualidade de vida e a independência funcional.
Terapias físicas
- Fisioterapia: Pode ajudar a melhorar o equilíbrio, a postura e a mobilidade. Exercícios de fisioterapia incluem:
- Alongamentos Fortalecimento muscular Treino de equilíbrio e coordenação Exercícios respiratórios Treino de marcha
- Exercícios aeróbicos, como caminhada ou esteira
- Dança, tai chi e yoga: Podem melhorar a qualidade de vida e a gravidade dos sintomas motores
- Exercícios aquáticos: Podem melhorar a qualidade de vida e a gravidade dos sintomas motores
Terapias comportamentais
- Terapia cognitivo-comportamental: Envolve adotar um comportamento específico para testar uma previsão negativa e avaliar o resultado
- Aconselhamento psicológico: Pode ajudar a lidar com o impacto emocional da doença
Já a fonoaudiologia é essencial para tratar dificuldades de fala e deglutição.
3. Estimulação Cerebral Profunda (DBS)
A estimulação cerebral profunda (DBS) é uma cirurgia que implanta eletrodos no cérebro para tratar a doença de Parkinson. É a técnica cirúrgica mais eficaz para controlar os sintomas da doença.
Estimulação cerebral profunda (DBS) | |
O que é | Cirurgia que implanta eletrodos no cérebro para estimular regiões específicas |
Como funciona | Emite pulsos elétricos regulados para controlar sintomas como tremores e rigidez |
Benefícios | Melhora a qualidade de vida, diminui a medicação e reduz a gravidade de sintomas |
Quem pode fazer | Pacientes que respondem pouco à levodopa, com demência e com mais de 15 anos de doença |
Riscos e efeitos colaterais | Infecção, dor de cabeça, perda de equilíbrio, mudanças de personalidade e problemas de fala |
- A DBS não cura a doença de Parkinson nem impede sua progressão. No entanto, pode melhorar a capacidade motora, diminuir a medicação e reduzir os sintomas.
- A DBS é uma intervenção complexa e há poucos cirurgiões habilitados a executá-la. É importante discutir os riscos e possíveis efeitos colaterais com o seu médico antes de decidir se a cirurgia é adequada para você
4.Mudanças no estilo de vida
Mudanças no estilo de vida podem ajudar a controlar os sintomas da doença de Parkinson, mas não revertem a progressão da doença.
- Praticar exercícios físicos regularmente, como caminhada, natação ou corrida
- Ter uma alimentação saudável, rica em vitamina E
- Seguir as terapias recomendadas, como fisioterapia e terapia ocupacional
- Estabelecer metas realistas e alcançáveis
- Pedir ajuda à família e amigos para alcançar os objetivos
5. Apoio psicológico e social
O apoio psicológico é um componente importante no tratamento da Doença de Parkinson (DP). Ele pode ajudar a melhorar a qualidade de vida, a autoestima e a capacidade de lidar com a doença.
Benefícios do apoio psicológico
- Ajudar a controlar o uso de medicamentos
- Melhorar o cotidiano do paciente e dos cuidadores
- Desenvolver estratégias de enfrentamento mais saudáveis
- Reduzir a sensação de isolamento
- Diminuir os sintomas de depressão e ansiedade
- Aumentar a perceção de controle
- Gerir mais eficazmente as dificuldades pessoais e interpessoais