Herpes Zoster: o que é, diagnóstico e tratamento

O que é?

Infecção causada pelo Vírus Varicela-Zoster (VVZ), o mesmo que provoca a catapora.

Como acontece a doença?

Depois de transmitir a catapora, esse vírus permanece “adormecido” no organismo durante toda a vida da pessoa, podendo ser reativado na idade adulta ou em pessoas com imunidade baixa, portadoras de doenças crônicas como hipertensão, diabetes, câncer, Aids, pacientes que fizeram transplante e outras.

Sinais e sintomas

Sinais e sintomas antes do aparecimento das lesões:

  1. Dores nos nervos
  2. Formigamento, agulhadas, adormecimento, sensação de pressão
  3. Ardor e coceira locais
  4. Febre
  5. Dor de cabeça
  6. Mal-estar.

Depois dos primeiros sintomas a pele fica avermelhada e surgem bolhas com líquido dentro em geral após 2 a 3 dias. São chamadas de vesículas e transportam os vírus.

Importante

O vírus Varicela-Zoster (VVZ) tem a capacidade de correr por dentro do nervo que passa por onde aparecem as bolhas e pode causar dor muito forte no local. Essa dor intensa é chamada de nevralgia.

As regiões do corpo mais atingidas:

  • tórax
  • pescoço
  • costas.

Quando as lesões do Herpes-Zoster surgirem no rosto, há o risco de provocarem problemas nos olhos e nesses casos, o paciente deve ser acompanhado por médico oftalmologista.

O paciente deve lavar as mãos com água e sabão antes e depois de lidar com a lesão e, se por acaso notar que as bolinhas estão estourando, deve cobrir a região para não deixar que o líquido contendo vírus vaze evitando contaminar outras pessoas. É importante separar toalhas e objetos pessoais que entram em contato com a lesão.

Leia também Você se hidrata corretamente

Diagnóstico

Em geral é clínico, observando as lesões cutâneas características e a distribuição das lesões ao longo de um dermátomo (área da pele inervada por um determinado nervo).

Em alguns casos, exames laboratoriais como PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) podem ser usados para confirmar a presença do vírus. 

Diagnóstico Clínico:

  • Lesões Cutâneas:

O herpes zoster é caracterizado por pequenas bolhas (vesículas) que se formam na pele e seguem o trajeto dos nervos, geralmente em um lado do corpo. 

  • Distribuição Dermatomal:

As lesões geralmente aparecem em uma faixa ou banda que acompanha um nervo, como no tórax, na face ou perna. 

  • Dor Neuropática:

A dor é um sintoma importante, podendo ser intensa e durar mesmo após o desaparecimento das lesões. 

Exames Laboratoriais (Quando Necessário):

  • PCR (Reação em Cadeia da Polimerase): Este exame identifica o DNA do vírus varicela-zoster nas lesões.
  • Sorologia (Teste de Anticorpos): A sorologia pode ser utilizada para identificar a presença de anticorpos contra o vírus varicela-zoster, indicando uma infecção anterior ou atual.
  • Cultura Viral: Envolve a coleta de secreções das lesões para identificar o vírus.
  • Teste de Tzanck: Um raspado da base de uma vesícula que pode identificar células gigantes multinucleadas, que são características da infecção pelo vírus varicela-zoster. 

O diagnóstico é geralmente feito com base na aparência das lesões e na história clínica do paciente.

Fases da infecção por Herpes Zoster

  • Fase Ativa:

Durante a fase ativa, a erupção cutânea, com a formação de bolhas, causa dor intensa e desconforto. 

  • Neuralgia Pós-Herpética:

Essa complicação pode ocorrer após a fase ativa, mesmo depois que as lesões de pele desaparecem, e causa dor persistente que pode durar meses ou anos. 

Outras Fases:

  • Período de Incubação: Antes do aparecimento das lesões, pode haver dor, ardor e sensação de formigamento, além de outros sintomas como febre e fadiga. 
  • Fase Crônica: A dor persistente e a extrema sensibilidade ao toque podem durar por um longo período. 

Tratamento

O tratamento para herpes zoster geralmente envolve medicamentos antivirais para combater o vírus, além de analgésicos para aliviar a dor e, em alguns casos, anti-histamínicos para controlar a coceira. 

O tratamento precoce é importante para reduzir a gravidade e duração da doença, e também para diminuir o risco de complicações, como a neuralgia pós-herpética. 

Detalhes do tratamento:

  • Antivirais:

Medicamentos como aciclovir, valaciclovir e fanciclovir são usados para reduzir a replicação do vírus e acelerar o processo de cicatrização das lesões. 

A dose do cloridrato de Valaciclovir para adultos é 1.000 mg (2 comprimidos) 3 vezes ao dia (8/8 horas) durante 7 dias.

  • Analgésicos:

Analgésicos como paracetamol, dipirona ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem ser prescritos para controlar a dor. 

Em casos de dores mais intensas, podem ser necessários analgésicos opioides. 

  • Anti-histamínicos:

Em caso de coceira intensa, anti-histamínicos podem ser usados para aliviar o desconforto. 

Outros cuidados:

  • Lavar as lesões com água e sabão neutro. 
  • Evitar coçar as lesões para prevenir infecções bacterianas. 
  • Cobrir as lesões com ataduras para evitar a disseminação do vírus. 
  • Utilizar roupas confortáveis que não pressionem as lesões. 
  • Seguir as orientações do médico sobre a duração do tratamento e o uso de medicamentos. 
  • Em casos mais graves, como herpes zoster oftálmico ou em pessoas imunocomprometidas, o tratamento pode incluir antivirais intravenosos e, em alguns casos, internação hospitalar. 
  • Se persistir a dor após a cicatrização das lesões, pode ser necessário um tratamento para a neuralgia pós-herpética, que pode incluir analgésicos e outros medicamentos para aliviar a dor crônica. 

Importância do tratamento precoce:

O tratamento precoce, idealmente dentro de 72 horas após o início dos sintomas, pode reduzir a gravidade da doença, diminuir a duração das lesões e diminuir o risco de desenvolver a neuralgia pós-herpética. 

Como prevenir a infecção por Herpes Zoster?

A principal forma de prevenir a infecção por herpes zoster é através da vacinação, especialmente para pessoas a partir dos 50 anos e para indivíduos com o sistema imunológico enfraquecido. 

No Brasil, existem dois imunizantes que protegem contra o cobreiro e a neuralgia pós-herpética: a vacina herpes zóster recombinante (Shingrix), que chegou ao país em junho de 2022, e a vacina herpes zóster (Zostavax), mais antiga.

Elas estão disponíveis apenas em serviços de saúde particulares.

A vacina recombinante inativada é administrada em duas doses, com intervalo de 8 semanas.  A vacinação ajuda a reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença e suas complicações, como a neuralgia pós-herpética. 

Fonte: Ministério da Saúde – Portal Gov.br

Olá, como podemos ajudar?