O conceito de Mindfulness reflete maior consciência e atenção ao momento presente, tanto na experiência quanto no comportamento.
O Mindfulness nas empresas é estudado como uma ferramenta para:
- impulsionar desempenho e qualidade de vida porque melhora a qualidade da atenção,
- fortalece o cognitivo, o emocional e o comportamental
- melhora o desempenho e as relações no trabalho.
Segundo John Kabat Zinn, as pessoas habitualmente funcionam em um modo chamado de “piloto automático”, e isto ocorre muitas vezes porque o contato com certos aspectos importantes do nosso cotidiano é doloroso.
A Organização Mundial de Saúde OMS afirma que o estresse é uma epidemia global.
Causa
Temos uma exigência enorme de atualização e aprendizado de novas informações, somados ao dia a dia corrido e com muitas tarefas a serem feitas, leva a maioria das pessoas a viver com a mente no piloto automático, sem estar plenamente conscientes, o que causa estresse e ansiedade. A maioria não percebe os prejuízos ou até percebe, mas não sabe como mudar esse padrão.
Essas situações graves, longas e incontroladas de estresse psicológico e físico são prejudiciais à saúde. A Neurociência demonstra que manter a atenção no momento presente nos aproxima da felicidade e da sensação de bem-estar.
Objetivo
O objetivo é sair desse estado de falta de consciência e viver uma vida consciente do momento presente, de seus sentimentos e sensações, canalizando sua energia em sentir empatia ao invés de gastá-lo inutilmente com estresse, focado no futuro com coisas que ainda faltam ser feitas ou no passado com eventos ou situações que não podem ser mudadas.
Importante
Mas embora os benefícios do Mindfulness como a melhora nos sintomas de ansiedade, depressão, estresse e dor crônica, promovendo uma maior qualidade de vida, sejam comprovados, pelos estudos científicos, revisões sistemáticas e meta-análises, a sua aplicação em ambientes organizacionais ainda é um tema pouco explorado na literatura de gestão de empresas, o que leva à necessidade de realização de pesquisas exploratórias sobre sua aplicabilidade.
Ações nas empresas:
Muitas empresas ainda não possuem programas específicos voltados à melhoria da qualidade de vida, saúde mental e bem-estar dos funcionários, e sim ações pontuais, em datas específicas, visando à melhoria da saúde.
A implementação dessas intervenções nas empresas enfrenta uma série de dificuldades como:
- resistência dos profissionais
- da própria gestão
- falta de preparo do espaço organizacional
Para a correta iniciação do programa de Mindfulness em ambientes organizacionais, deve haver um plano estratégico institucional, considerando a logística de espaço, tempo, formação de instrutores e público-alvo.
O treinamento dos líderes é fundamental para que se possa quebrar a resistência, facilitando a transição para os outros níveis da empresa.

Ações individuais:
Individualmente, existem pequenos hábitos que todos deveriam adotar diariamente para ter os benefícios de uma mente calma e um corpo relaxado como fazer atividades para quebrar a monotonia evitando uma rotina desgastante e robótica como:
- ter atenção plena na escovação dos dentes,
- meditação de 3 minutos com atenção para a respiração,
- atenção plena durante as refeições, o chamado slow food,
- exercícios diários de gratidão, contar mentalmente 10 coisas para ter gratidão na vida, o objetivo é trazer à tona pequenos elementos que costumam passar despercebido e alimentar a gratidão.
Essas pequenas mudanças na correria do dia a dia podem trazer inúmeros benefícios formar novas conexões e circuitos neurológicos que irão refletir novos pensamentos melhorando a saúde mental.
Conclusão
Por fim, com base nas informações estudadas, concluímos que Mindfulness e Meditação não são uma panacéia, é preciso estar atento as limitações, contraindicações, efeitos adversos e a importância de instrutores preparados que tenham prática consolidada.
REFERÊNCIAS
- LIMA. P.T. Bases da Medicina Integrativa. 2ª ed. Barueri. Ed. Manole, 2018, Capítulos 6 e 13.
- DISPENZA. J. Quebrando o hábito de ser você mesmo. 3ª ed. Porto Alegre: CDG, 2019, Capítulo 1.
- NUNES. M.P, Muller D.H. A Utilização do mindfulness nas organizações – uma análise através da perspectiva dos gestores. December 2015, Revista Organizações em Contexto 11(22):457-485 DOI:10.15603/1982-8756/roc.v11n22p457-485.
- KABAT-ZINN, John. Full Catastrophe Living: Using the Wisdom of Your Body and Mind to Face Stress, Pain, and Illness. Bantam; Re Upd edition 2013; 720p.
- Chopra D., Tanzi R.E. Super Cérebro.1º ed. Brasil. Ed.Alaúde, 2013, Capítulo